
Por que controlar a jornada só com rastreador é risco, e o que fazer em vez disso
6 de novembro de 2025Na última semana, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) realizou uma audiência pública para discutir um tema que impacta diretamente toda a cadeia logística:
como deve ser calculado o pagamento de horas extras para motoristas remunerados por comissão.
A discussão gira em torno da Súmula 340, que estabelece que, para trabalhadores comissionados, o valor da hora normal já está embutido na comissão, sendo devido apenas o adicional de 50% quando há horas extras.
A dúvida é: essa lógica também vale para motoristas de caminhão?
Por que isso virou tema agora?
O setor de transporte tem modelos diferentes de remuneração, que variam conforme:
- tipo de carga,
- distância,
- tempo de espera,
- condições operacionais.
Enquanto empresas defendem que a comissão já considera a jornada e as condições de trabalho, sindicatos e representantes dos trabalhadores argumentam que a prática pode levar a jornadas excessivas sem remuneração adequada, impactando saúde e segurança.
O que foi discutido na audiência
Não houve decisão, foi um debate técnico.
Entre os pontos apresentados temos:
Empresas e entidades do transporte
Comissão já remunera o trabalho realizado; pagar horas extras integralmente pode inviabilizar operações e aumentar passivos; a Súmula 340 dá previsibilidade.
Sindicatos e MPT
Jornada longa e pressão por produtividade podem comprometer descanso e segurança; horas extras devem ser pagas integralmente; realidade do motorista é diferente da de um comissionado tradicional.
PRF e ANTT
Segurança viária depende do respeito ao descanso; fadiga e uso de estimulantes ainda são problemas relevantes; infraestrutura de pontos de parada é parte da solução.
O que é importante entender
- Nada mudou ainda.
- A audiência serve para o Tribunal coletar informações antes de decidir.
- A decisão final será vinculante, ou seja, todas as empresas no país terão que seguir.
- O resultado terá impacto jurídico, operacional e financeiro no setor.
Por que as transportadoras devem acompanhar isso de perto
- Pode mudar a forma de calcular folha e acordos coletivos
- Pode influenciar modelos de remuneração e bonificação
- Tem relação direta com segurança viária e conformidade trabalhista
- Decisões posteriores podem gerar passivos retroativos
Em resumo
O debate é complexo porque envolve:
- remuneração justa,
- sustentabilidade econômica,
- e segurança no trânsito.
Por isso, a construção da solução tende a envolver negociação coletiva, critérios objetivos e integração de tecnologia + gestão da jornada.
Vamos continuar acompanhando o desdobramento e trazendo análises claras sobre o impacto dessa decisão para o setor.
Nos siga para continuar recebendo os próximos updates.





